FESAP exige "gestão rigorosa e criteriosa" no sector público
Cerca de uma centena de dirigentes, delegados e activistas sindicais exigiram hoje, segunda-feira, frente ao Governo Civil do Porto, uma "gestão rigorosa e criteriosa" da Administração Pública e a "abertura do Governo à negociação efectiva" no sector. "Pretendemos a abertura de um processo de negociação efectivo na administração pública. Não queremos fazer a luta pela luta, o que pretendemos é a abertura de processos negociais claros e transparentes ao nível dos diversos ministérios e serviços da administração pública, porque nós, melhor do que ninguém, sabemos das necessidades dos diversos organismos", afirmou o secretário coordenador da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP). Segundo Nobre dos Santos, os trabalhadores do sector público não aceitam, "mais uma vez, suportar sozinhos a maior fatia das custas da consolidação orçamental". "Queremos acreditar que o Governo vai considerar as nossas posições, mas se se mantiver intransigente temos que partir para outras acções de luta e, certamente, não serão as mais simpáticas", afirmou. Depois de entregar ao chefe de gabinete da governadora civil do Porto -- já que Isabel Santos está ausente no estrangeiro -- uma carta alertando para a situação dos trabalhadores da Administração Pública, Nobre dos Santos defendeu, em declarações aos jornalistas, "uma gestão criteriosa" do sector e "serviços públicos de qualidade", denunciando vários "erros de gestão" cometidos em todo o país. No caso do Norte, o dirigente José Abraão destacou a falta de trabalhadores em vários serviços da segurança social, saúde e educação, quando a região foi "das mais assoladas pela mobilidade especial" no sector. "O que queremos é que o Governo faça uma gestão mais equilibrada e crie mecanismos de mobilidade voluntária, de modo a que os trabalhadores sejam colocados onde fazem falta. Neste momento não faz sentido a mobilidade especial imposta, colocando trabalhadores em casa com cerca de metade do salário quando fazem falta nos seus serviços", sustentou. Também "preocupante" é a situação das unidades de saúde local, nomeadamente em Viana de Castelo, "onde há trabalhadores com centenas de horas extraordinárias para receber", assim como o "recurso ao 'outsourcing' e a empresas de prestação de serviços" para suprir a falta de funcionários. Segundo Nobre dos Santos, "a gestão partilhada dos serviços no Governo Civil do Porto é um exemplo positivo do que deve ser a gestão da administração pública: tem que haver participação dos trabalhadores na gestão da coisa pública, para que aqueles que melhor conhecem os serviços os ajudem a gerir". Depois da concentração de hoje, segunda-feira, no Porto, a FESAP vai organizar esta semana manifestações semelhantes em Coimbra, Évora e Faro, terminando quinta feira, em Lisboa, junto à residência do primeiro-ministro.
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